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Scot Consultoria

Boi gordo: é o momento de correr atrás de hedge?


Quinta-feira, 26 de junho de 2008 - 09h55

Essa pergunta nos feita várias vezes, ao longo dos últimos dois dias. Isso porque o boi gordo, na BM&F, despencou ladeira abaixo. Bom. Acredito que a nossa opinião com relação a esse movimento de baixa já ficou bastante clara, veja a análise “Pressão baixista no mercado do boi gordo”. A intenção agora é tentar responder a pergunta colocada como título. Primeiro, é importante enfatizar que ninguém aqui é dono da verdade. A nossa intenção é apenas fornecer subsídios para auxiliar os agentes da cadeia em seus processos de tomada de decisão. A partir do momento em que a BM&F, para outubro, entrou na casa do R$100,00/@ (e se não me falha a memória chegou até R$104,00/@), escrevemos diversas análises de que ela havia alcançado um patamar bastante interessante para hedge. Isso porque estava precificando uma alta, para o boi, bem acima da média dos últimos anos. Para quem quiser recordar, sugiro que leia, por exemplo, o artigo “Boi a R$US$100,00/@?”, publicado na edição 766 do informativo Boi & Companhia, editado pela Scot Consultoria. Logicamente que, como o clima de alta era muito forte, quem entrasse vendendo no mercado futuro corria o risco de arcar com o pagamento de ajustes. Em outras palavras, o preço era bom, mas o risco era alto. É aí que vale a pena estudar outras alternativas de negócio. No caso, o mercado a termo e as opções de venda. São ferramentas diferentes, cada uma com suas vantagens e desvantagens, mas o interessante é que não há, para ambas, depósito de garantia e nem a necessidade de se preocupar com os ajustes diários. Aliás, nessa mesma época, o médico veterinário Leandro Bovo, da Credit Suisse Hedging-Griffo, escreveu um artigo, também para o Boi & Companhia (edição 768), mostrando a possibilidade de se adquirir opções de venda nível R$95,00/@ a R$2,00/@ ou menos. Na verdade, daria para fazer negócio a menos de R$1,50/@. Isso significa desembolsar R$1,50/@ para ter a possibilidade, e não a obrigação, de ficar assegurado em R$95,00/@. Se na época de vender os animais, o mercado estiver acima do valor da opção, o produtor simplesmente não a exerce. Se estiver abaixo, ele exerce. É um seguro, que garante um preço mínimo, e que na minha modesta opinião foi a melhor alternativa de hedge que já pintou esse ano. Pessoal, cuidado com alguns conceitos meio tortos que circulam por aí, do tipo “boi a termo só é bom para o frigorífico” ou “o mercado de opções não tem liquidez”. A coisa não é bem assim. Cuidado também com a mania de querer acertar no “olho da mosca”. A BM&F estava em um bom patamar para hedge, mas muita gente ficou esperando o mercado futuro subir um pouco mais. Agora, a Bolsa despencou, e muitos dos que estavam em compasso de espera estão saindo atrás de hedge. Acho que todo mundo já ouviu aquela máxima do mercado de ações: “comprar na baixa e vender na alta”. Ela vale também para o mercado futuro do boi gordo. Nos parece que o momento atual é bom para hedge de compra, ou seja, é a hora do frigorífico se proteger. O pecuarista que correr atrás de proteção agora, é aquele que acredita num movimento de baixa sustentado, ou seja, que avalia que há oferta de gado suficiente no mercado para impedir que o boi (no físico e no futuro) volte a firmar. (FTR)
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